VW Gol Sport: por que “carro do penta” na Copa de 2002 foi tão polêmico

VW tentou capitalizar em cima do Mundial da Coreia e do Japão, mas sem patrocinar o Mundial para poder usar o nome “Copa”
LA
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30.08.2023 às 15:00 • Atualizado em 06.09.2023
VW tentou capitalizar em cima do Mundial da Coreia e do Japão, mas sem patrocinar o Mundial para poder usar o nome “Copa”

Com mais de 8,5 milhões unidades fabricadas, é natural que o VW Gol renda muitas pautas. Hoje, vou falar sobre uma edição especial pouco lembrada: o Gol Sport, lançado em 2002, no esteio da Copa do Mundo do Japão e da Coreia do Sul.

Com grandes chances de a Seleção Brasileira de futebol levar o pentacampeonato mundial, o que de fato ocorreu, a Volkswagen surgia com um Gol que não recebia o nome alusivo à Copa, o que frustrou muitos fãs do carro. Surgia assim a edição especial Gol Sport.

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Antes dela, outros modelos usaram o nome Copa, como o Gol Copa de 1982 e de 1994. As Copas de 1986, 1990 e 1998 não tiveram homenagens por parte da Volkswagen no Gol. E por que o Gol série especial de 2002 não recebia o nome Copa, já que, além de ter sido um sucesso nas edições anteriores, era muito mais propício e bem aceito?

A resposta é simples. A expressão só poderia ser utilizada por patrocinadores do Mundial. Por questões estratégicas da marca, isso não aconteceu. Ainda assim, o marketing da marca fez o seu trabalho e o Gol Sport foi apresentado como o “carro do mundial” (confira no vídeo abaixo). Decepcionava os fãs não só pelo nome, mas em conteúdo.

TraTBonito, mas não o suficiente para uma edição alusiva à Copa do Mundo, o Gol Sport era equipado em fevereiro de 2002 com o motor 1.0 EA111 16V de 76 cv de potência e 9,7 kgfm de torque.

Era considerado, à época, o 1.0 aspirado mais potente da categoria, e trazia acelerador eletrônico E-Gas. Fazia de 0 a 100km/h em 13,5s e chegava a 165km/h de velocidade máxima. Seu consumo cobrava caro por sua potência: 8,1 km/l na cidade e 13,9 km/l em estrada, sempre com gasolina.

Trazia como itens de série: CD Player com quatro alto-falantes e dois tweeters, antena no teto, banco do motorista com regulagem de altura, aerofólio na cor do veículo com brake-light, vidros escurecidos, supercalotas (as mesmas do Santana 1.8 Mi), faróis com duplo defletor e máscara negra, frisos laterais, faróis e lanternas de neblina, lanterna traseira fumê e grade dianteira na cor do carro.

Além disso, o Gol Sport podia ser equipado opcionalmente com aquecimento, ar-condicionado, alarme keyless, airbag duplo, espelho retrovisor elétrico e rodas de liga leve aro 15 (as mesmas do GTi 16v).

A logotipia aplicada nas laterais externas do veículo, na tampa traseira e no volante (exceto veículos equipados com airbag) personalizam a série, que tinham elementos alusivos aos países que sediaram a copa àquele ano: Coréia do Sul e Japão.

O modelo era oferecido em oito opções de cores externas: prata Reflex, azul Mercato, verde Brunei, branco Cristal, azul Indigo, vermelho Coral e, a exclusiva, amarelo Solar, todos com o acabamento tear Burlin, na cor preta.

Em 2006, a Volkswagen voltava a usar o nome Copa no modelo conhecido como G4. A série foi substituída pela edição Seleção em 2010 e 2014. Em 2018 e 2022, novamente, o modelo não teve nenhuma edição especial associada à Copa do Mundo.

Mesmo sendo o VW mais vendido no Brasil por vários meses em 2022, o Gol saiu de linha em dezembro do ano passado com a edição Last Edition. Como a Copa do Catar ocorreu em novembro, quando já se sabia que o carro mais popular do Brasil sairia de linha, ele não teve nenhuma versão especial alusiva ao Mundial.

Caso o Gol volte a ser fabricado em 2025, em novo projeto que está sendo desenvolvido pela marca, teremos a chance de ver uma nova edição do modelo alusiva ao mundial em 2026. Caso o nome Gol não seja mais utilizado, restarão as lembranças de uma época em que as duas paixões nacionais se uniram para fazer história: o automóvel, no caso o Gol, e o futebol.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em Comunicação Empresarial e Marketing Digital, e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua há 18 anos com gestão e consultoria automotiva, auxiliando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. É criador dos canais Autos Originais e Auto e Autos…

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