Como (não) queimar dinheiro com seu carro

Maus hábitos podem aumentar o consumo de combustível em até 25%

MG

09.05.2024 às 21:19

Vamos falar de economia. A maneira como você dirige seu carro e o uso que faz dele impactam diretamente no seu bolso. Aqui vão algumas sugestões para evitar o titulo desse texto, ou seja, para que você não queime combustível além do necessário e seu dinheiro não vire fumaça e aumente a emissão de gases poluentes pelo escapamento. Muita coisa você já pode ter ouvido várias vezes, isso porque são sugestões válidas. E há providências que resultam em economias mínimas, mas no conjunto contribuem para reduzir suas despesas nos postos. Vem comigo.

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Primeiro, o veículo. Como toda máquina, o automóvel exige manutenção. Às vezes a grana aperta, mas negligenciar os cuidados com o carro pesa no seu orçamento em outra ponta. Vale uma passadinha em sua oficina de confiança a cada seis meses ou 10 mil quilômetros rodados. Mas atenção a alguns sinais que podem antecipar essa visita, como luzes acesas no painel, volante trepidando ou puxando, freio chiando, aumento de consumo, ruídos estranhos. Priorize sua segurança também, e passe pela oficina.

Rodar com pressão abaixo da indicada nos pneus aumenta sua área de contato com o solo. Você pisa mais no acelerador para compensar essa resistência e é o dinheiro que sai do seu bolso que paga a conta. Um pneu descalibrado pode aumentar o consumo a partir de 3%. Se forem os quatro, com quatro pessoas no carro, o prejuízo pode subir aos 20% ou mais. Faça calibragem regularmente, de preferência a cada semana e com os pneus frios. Se seu objetivo com o carro é apenas o deslocamento econômico e seguro no dia a dia, evite invencionices e soluções milagrosas. Alterar características originais como trocar a roda por outra medida ou mudar o mapeamento eletrônico do motor terá reflexos negativos no consumo e emissões de poluentes.

Agora, a principal peça do automóvel: você. Começa em casa. Dias atrás, por esquecimento, rodei um dia com três fardos de granulado para gatos no porta-malas. Ou seja, havia um passageiro clandestino de 60 kg e o consumo já aumenta 2%, sem necessidade. Assim, dê aquela conferida em volumes esquecidos a bordo. É bem possível que a palavra afogador nada signifique para você além de um personagem sinistro de filme de horror para adolescentes. Ele ficou no passado, e já faz um bocado de tempo que é desnecessário aquecer o motor antes de sair. Tá certo, meio minuto para que o óleo lubrificante a todas as partes do motor, mas esse é o tempo de uma manobra para sair da garagem. Se o seu carro está estalando de novo, siga as recomendações do manual, e evite fortes acelerações nos primeiros quilômetros.

Certo, pode ligar o motor e sair, mas afobação ao volante também é inimiga da economia. Dirigir agressivamente, acelerando muito, esticando as marchas, excedendo a velocidade desperdiça combustível. O consumo aumenta entre 10 e 40% no para-e-anda do trânsito pesado, e de 15% a 30% na estrada. Em velocidades acima de 80 km/h, o carro é mais solicitado para vencer a resistência do ar. Por melhor que seja seu perfil aerodinâmico, o consumo tende a subir bem, junto com o ponteiro do velocímetro.

Por falar em estrada, transportar carga no teto do automóvel aumenta o arrasto aerodinâmico. A estimativa é de que um volume grande pode aumentar o consumo em até 8% no trânsito urbano, e 25% na rodovia. Carretas na traseira reduzem esse gasto extra. Num caso ou em outro, retire o volume externo quando fora de uso.

E uma palavrinha sobre o ar condicionado. Seu uso impacta no consumo e os aparelhos que não são digitais podem roubar 10% ou mais da potência do motor. Porém, não precisa passar calor acima dos 80 km/h numa viagem. Melhor fechar os vidros, para o melhor desempenho aerodinâmico do carro, e ligar o ar condicionado. Lembrando que a velocidade da ventilação não afeta o consumo. Já na cidade, janelas abertas não interferem na aerodinâmica, e deixar o ar condicionado desligado é a alternativa de economia. Isso se você aguentar a fumaceira o barulho.

Para encerrar, risque a palavra banguela do seu vocabulário. Cuide bem dos seus dentes, e não deixe o automóvel rodar com a marcha desengatada. Essa prática é perigosa, não economiza combustível e é classificada pelo Código de Trânsito Brasileiro como infração média, a multa é de R$ 130,16, e são 4 pontos na habilitação. Porém, quando você está chegando a um cruzamento e vê que o semáforo vai fechar, ou já está vermelho, pode tirar o pé do acelerador, mantendo o câmbio engrenado, e deixe o carro deslizar ao sabor da inércia até uma parada suave, economizando combustível e freios ao longo do tempo.

Bons caminhos, até a próxima.

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Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

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