Fiat Oggi foi o 147 sedan em traje de gala e 1º esportivo de cinto vermelho

Concorrente de Voyage, Chevette e Escort, Oggi tinha consumo de combustível como destaque
LA
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10.01.2024 às 19:20
Concorrente de Voyage, Chevette e Escort, Oggi tinha consumo de combustível como destaque

O Fiat 147 sedan foi lançado em 1983 com 3 volumes e se chamava Fiat Oggi (hoje em italiano). Era o 4º lançamento da marca de uma mesma família de carros, e disputava um segmento então disputado e que hoje, 40 anos depois, começa a perder força. Concorria com VW Voyage, GM Chevette e Ford Escort.

O modelo era construído a partir da plataforma do Fiat Panorama, e trazia inicialmente uma versão de acabamento intitulada CS. Com melhor espaço interno para os ocupantes do banco traseiro se comparado ao hatch, trazia câmbio de 5 marchas de série, 440 litros de capacidade no porta-malas e muito carisma.

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Trouxe inovações técnicas, como o sistema cut off (comum atualmente em injeção eletrônica), um dispositivo acoplado ao carburador comandado por uma pequena central eletrônica que corta o fornecimento de combustível de marcha lenta em desacelerações (freio motor).

Para a época, seu motor de 1.300 cm³ de cilindrada (1.297,4 cm³) não decepcionava. Trazia maior taxa de compressão (8:1 ante 7,5:1 do Fiat 147) no modelo à gasolina, rendia 61 cv SAE (57 cv ABNT) a 5.200 rpm e 11,53 kgfm de torque a 3.000 rpm, fazia de 0 a 100 km/h em 16s82 e chegava a 147 km/h de velocidade máxima. Seu consumo, melhor que os primeiros 1.0 dos anos 90: 11,14 km/l na cidade e 15,46 km/l na estrada.

Com etanol, o modelo apresentava bons números. Seu motor rendia 62 cv SAE (58 cv ABNT) a 5.200 rpm e 11,53 kgfm de torque a 3.000 rpm, fazia de 0 a 100 km/h em 15s83 e chegava a 149 km/h de velocidade máxima. Seu consumo era de 8,46 km/l na cidade e 12,75 km/l na estrada. A versão a etanol trazia a válvula "Thermac", encarregada de levar ar aquecido pelo coletor de escapamento para o motor durante a fase de aquecimento.

A suspensão também era diferente. As molas dianteiras da Panorama foram substituídas pelas da Fiorino, e os amortecedores dianteiros e traseiros foram recalibrados, privilegiando o conforto. O modelo era de fato mais macio de comparado ao Fiat 147 e o Fiat Panorama. O comportamento em curvas era o mesmo do 147, referência em estabilidade àquele tempo. Suas rodas eram de 4,5 polegadas de tala, ante 4,0 do hatch.

Com 22,4 cm a mais que o Fiat Spazio e 147, o modelo não era difícil de estacionar, mesmo dotado de sistema de direção mecânica. Em curva, o modelo tendia a sair de frente no começo e de traseira quando se acelerava com força, de fácil correção.

Seus freios eram bastante eficientes, parando o sedan sem desvios de trajetória e em espaços normais até para os dias de hoje (49,5 m a 100 km/h), principalmente se considerarmos que o modelo usava discos sólidos e não tinha ABS.

Como opcionais, o modelo oferecia vidro traseiro com resistência térmica, vidros laterais com abertura basculante, relógio, cinto de 3 pontos e bancos com encosto reclinável de regulagem contínua, além de ignição eletrônica para os modelos movidos a etanol.

Um ano depois foi lançada a versão especial "Pierre Balmain", fabricada de janeiro a março de 1984. Disponível na cor dourado "bege áureo", tinha como diferenciais seu acabamento interno monocromático, para-choques, grade, frisos e plásticos externos marrons, símbolo PB da grife no painel e para-sol, além da logotipia nos frisos laterais. Vinha também com 2 malas da grife do estilista em couro no porta-malas.

No decorrer de 1984 foi lançada também a versão CSS. Lançado apenas para homologação do modelo nas competições de "Marcas e Pilotos" e somente na cor preta, teve 300 unidades comercializadas e contava com itens esportivos do Spazio TR, como o painel completo, volante e bancos esportivos, defletores de ar, faróis auxiliares e rodas de liga leve calçadas com pneus 165/70R13. Esta versão também inaugurou os cintos de segurança vermelhos, marca registrada nos esportivos da Fiat.

Seu motor tinha 1.415 cm³ de cilindrada, rendia 78 cv SAE (66 cv ABNT) a 5.600 rpm e 11,4 kgfm de torque a 3.000 rpm. Seu câmbio tinha escalonamento mais curto e apresentava engates mais macios. As homocinéticas eram de maior capacidade, e a barra estabilizadora era 3 milímetros mais grossa (21 mm contra 19 mm do CS).

O modelo teve a homologação e apenas um 2º lugar na categoria B das Mil Milhas nas mãos de Átila Sippos e Egon Herzefelt. Perdeu apenas de um Fiat 147, mas ficou na frente de todos os Ford Escort que correram na prova. Chegou em segundo também nas 12 horas de Goiânia no mesmo ano, sob a batuta de Fábio Sotto Mayor e Paulo Gomes.

Apesar das vantagens irrefutáveis e bom nas postas, o Oggi não fez muito sucesso, provavelmente pelas críticas de sua traseira alta e retilínea destoar bastante do conjunto. Saiu de linha em 1985 com 20.083 unidades vendidas, substituído pelo Fiat Prêmio.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em Comunicação Empresarial e Marketing Digital, e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua há 18 anos com gestão e consultoria automotiva, auxiliando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. É criador dos canais Autos Originais e Auto e Autos

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