Por que a suspensão invertida é melhor que a convencional?

Tecnologia vem se popularizando e conta com mais virtudes do que desvantagens
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06.05.2024 às 07:37
Tecnologia vem se popularizando e conta com mais virtudes do que desvantagens

Se você é adepto da leitura de fichas técnicas de motos já deve ter se deparado com a sigla “USD” para descrever a suspensão de alguma moto. Ela significa “Upside Down”, ou, na tradução contextualizada, “invertida”. Trata-se de um sistema de amortecimento dianteiro que era restrito a motos de alto desempenho, mas que vem cada vez mais ganhando as ruas em motos de média e baixa cilindradas.

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Modelos como a família Dominar (160, 200 e 400) da Bajaj e todas as motos da Zontes no Brasil trazem de série a suspensão dianteira invertida. São motos que partem de R$ 17 mil (no caso da Dominar 160) e chegam perto dos R$ 40 mil sem qualquer pretensão de baixarem tempo em pistas pelo país afora. Pelo contrário, são motos voltadas para o uso comum do dia a dia. Mas por que, então, elas contam com este sistema?

 

Antes de falarmos da suspensão invertida, é bom esclarecermos como é uma suspensão de garfo telescópico convencional de uma moto. O sistema conta com o que chamamos de “bengalas”, uma em cada lado da roda dianteira. Seus tubos são compostos de molas na parte mais curta e fina superior (o êmbolo), fixado em três pontas nas mesas inferior e superior, enquanto a parte debaixo mais comprida e mais grossa (as “canelas”), traz o conjunto hidráulico de amortecedor, aparafusado diretamente na roda.

No caso da suspensão invertida, como o próprio nome diz, as canelas – que trazem a parte mais pesada por conta de todo o aparato hidráulico do amortecedor – é que são fixadas triplamente em cada mesa, enquanto os êmbolos – onde ficam as molas – são presos à roda por um parafuso. A primeira vantagem deste sistema tem a ver com o esforço da suspensão dianteira durante o mergulho em uma frenagem.

 

Como a parte mais pesada da suspensão é que está mais bem fixada ao chassi da moto, no caso do sistema invertido, o efeito do mergulho ao acionar o freio dianteiro é mais bem controlado tanto com relação à rigidez, quanto ao curso deste mergulho.

Além disso, a suspensão invertida diminui a massa não suspensa da moto. No sistema convencional, pneu, roda, disco, pastilha e amortecedor compõem esta massa não suspensa. Já com a solução invertida, todo o aparato hidráulico do amortecedor, que é a parte mais pesada da suspensão, passa a ser mais bem fixado às mesas conectadas ao chassi da moto, ficando sob mais controle da suspensão.

 

Com isso, as possibilidades de ajuste de ciclística da moto aumentam e sua dinâmica fica muito mais previsível e controlável, contribuindo, até, para o menor risco da temida “shimada” (quando o guidão perde o controle devido à perda de sustentação mecânica e aerodinâmica da roda dianteira).

Portanto, a suspensão do tipo garfo invertido traz dois benefícios claros à motocicleta: diminui tanto o efeito do mergulho da moto em frenagens quanto a sua massa não suspensa.

 

Mas é bom salientar que esses efeitos são mais sensíveis à medida que o poder de desempenho da moto aumenta. Isto é, essas vantagens da suspensão invertida não são tão superiores assim em relação aos garfos telescópicos convencionais em motos de baixa potência, especialmente no uso cotidiano, quando não se está buscando o limite da moto. E vale destacar, também, que as suspensões invertidas têm manutenções mais complexas e são menos eficazes para controlar vazamentos caso eles ocorram.

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