Nova Chevrolet Montana: vimos picape de perto dentro do QG da GM
Por Vitor Matsubara
A nova geração da Chevrolet Montana será o lançamento mais importante da marca pertencente à General Motors nos últimos anos. Daí toda a expectativa causada pela própria fabricante, que há meses divulga teasers sobre o produto que estreia no primeiro trimestre de 2023. Inclusive, nesta segunda-feira a Chevrolet divultou um novo teaser da picape, revelando mais sobre seu design externo.
Recentemente, a marca promoveu o primeiro encontro presencial com a aguardada picape, que aconteceu dentro do Campo de Provas da Cruz Alta (CPCA), onde a GM testa todos os projetos que estarão nas nossas ruas nos próximos anos.
Infelizmente, não foi possível conhecer o interior e tampouco dirigir a nova Montana. Aliás, era proibido fazer fotos (os celulares tiveram suas câmeras seladas) e pudemos apenas usar imagens do fotógrafo oficial da empresa, como a que ilustra este artigo do repórter ao lado da picape.
Mesmo assim, conseguimos ter uma boa noção de como será o veículo, além de coletar informações valiosas a respeito da picape. A seguir estão algumas informações sobre a nova Montana, que virá para brigar com Fiat Toro e Renault Oroch no segmento de picapes intermediárias ou compactas-médias.
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Design
A camuflagem dos protótipos da Montana cumpriram muito bem seu papel, mesmo a metros de distância. Além dos adesivos alvinegros, as fabricantes colocam enxertos de espuma e outros materiais flexíveis para ocultar vincos e superfícies da carroceria definitiva.
Executivos da GM presentes no evento anteciparam, porém, que a picape não vai compartilhar nenhum painel de carroceria com outros modelos nacionais da gama. “Não seria possível (usar peças de outros carros) para obter o resultado que nós desejávamos”, admitiu Gustavo Machado Souza, gerente de produto da nova Montana.
Se não deu para ver tanta coisa assim pessoalmente, a GM matou a curiosidade dos jornalistas durante a breve apresentação do produto. Um esboço foi exibido rapidamente na tela, aproveitando-se do fato de que qualquer registro fotográfico estava terminantemente proibido.
A nova Montana terá um conjunto óptico dividido em duas seções, seguindo a tendência de design vista em vários modelos lançados nos últimos anos. Seu visual será muito parecido com o do Seeker, um SUV cupê apresentado recentemente na China (e cuja imagem ilustra a abertura deste artigo).
A parte superior será reservada para as luzes de iluminação diurna, enquanto a seção inferior reserva espaço para os faróis. Falando neles, as versões de entrada terão luzes halógenas, enquanto as configurações mais caras devem trazer iluminação full-LED.
Tampa da caçamba seguirá o padrão das picapes americanas da marca (GM Authority)
As rodas de liga leve são de 17 polegadas, no caso das versões topo de gama, e 16 polegadas nas opções mais simples. Parece fortuito, mas isso dá um bom indicativo sobre o porte da nova Montana. Afinal, enquanto a Oroch usa sempre rodas aro 16, a Toro tem opções 17 e até 18. Ou seja, a Montana, estará no meio termo entre elas.
Atrás, as lanternas devem ter uma porção invadindo a tampa da caçamba. Certo é que haverá um relevo na parte inferior da peça, onde a inscrição ‘Chevrolet’ será grafada. Se você quer ter uma ideia de como ficará o visual, basta olhar para as picapes vendidas pela marca nos Estados Unidos.
Não pudemos ver a cabine, mas um dos vídeos da websérie criada pela Chevrolet revela alguns detalhes. O interior virá com um novo acabamento na moldura da central multimídia, simulando o efeito de tela "flutuante" presente no Tracker RS lançado na China.
A estrutura, inclusive, é conectada ao quadro de instrumentos, que manterá os mostradores analógicos e a tela monocromática vista no Onix.
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Dimensões e espaço interno
Para surpresa de ninguém, a Chevrolet confirmou que a nova Montana concorrerá com Fiat Toro e Renault Oroch. Pessoalmente, a picape da GM tem porte semelhante ao da Oroch - que talvez muita gente nem se lembre, mas foi a pioneira do segmento de picapes de porte intermediário.
O modelo da Renault tem 4,71 m de comprimento, 1,82 m de largura, 1,69 m de altura e 2,82 m de distância entre eixos. A impressão é que a Montana tem medidas muito parecidas, especialmente na altura, que deve beirar 1,70 m com o rack de teto.
Fato é que a Montana (que será construída sobre a plataforma GEM, a mesma de Onix, Onix Plus e Tracker) realmente será maior do que o Tracker. O SUV possui 4,27 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,62 m de altura (com rack) e 2,57 m de entre-eixos.
A Chevrolet afirma que sua picape terá o melhor espaço interno da categoria no banco de trás. “São pelo menos 20 milímetros a mais para o joelho do passageiro traseiro em relação à concorrência, enquanto o espaço frontal e traseiro de cabeça é mais um exemplo de superioridade”, diz Marianni Sanchez, gerente de pesquisa avançada de mercado na GM América do Sul.
“A ergonomia é outro destaque deste projeto, que se traduz na melhor acomodação dos até cinco ocupantes”, completa. A caçamba é alta nas laterais e vai ficando ligeiramente mais estreita à medida em que se aproxima do topo dos para-lamas traseiros. Inclusive, parece ser maior que a da Oroch.
A GM promete “excelente volume” no compartimento de carga. Existe a possibilidade de a fabricante oferecer caixas para transporte de objetos menores como acessório nas laterais, sistema inspirado no Ram Box.
Um detalhe curioso, observado em um dos vídeos divulgados, é a presença de um quadrado camuflado na parte interna da caçamba.
Há quem diga que seria um sistema de acesso à cabine, permitindo que o banco traseiro fosse rebatido para ampliar o comprimento para acomodar cargas mais compridas. Esse sistema, inclusive, já foi visto na Tarok, picape conceitual da Volkswagen apresentada em 2018, mas que até agora não virou realidade. Mas não há confirmação a respeito.
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Desempenho
Até agora, a Chevrolet confirmou apenas que a nova Montana será movida por motor turbo, sem especificar qual ou quais serão eles.
O 1.2 de 132/133 cv e 19,4/21,4 kgfm do Tracker Premier é a opção mais lógica, em casamento com câmbio automático de seis marchas e até em uma inédita combinação com uma caixa manual, também de seis velocidades, nas versões mais básicas.
Ainda não está descartada a possibilidade de uma variação mais sofisticada do mesmo conjunto, equipado com injeção direta e que rende 139 cv e 22,4 kgfm. Esse propulsor é o mesmo presente no Trailblazer vendido nos Estados Unidos.
Também seria bem-vindo um inédito 1.3 turbo, que equipa o Onix Plus no mercado chinês. Esse propulsor entrega 164 cv e 24,4 kgfm, e poderia ser mais apropriado para enfrentar a concorrência, uma vez que suas futuras rivais possuem versões turbinadas que passam dos 160 cv (no caso da Oroch) e 180 cv (na Toro).
Até agora, o que se sabe é que a nova Montana será vendida com transmissões manual (possivelmente com seis marchas) e automática de seis velocidades.
“As versões com câmbio manual serão referência em aceleração de 0 a 100 km/h, enquanto as configurações com transmissão automática terão os melhores resultados em economia de combustível”, afirmou Rodrigo Fioco, diretor de marketing de produto da Chevrolet.
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Levando isso em consideração, podemos esperar médias de consumo superiores aos 9,7 km/l e 11,6 km/l da Toro turboflex na cidade e estrada, respectivamente, com gasolina. No caso da Oroch, os números são de 10,5 km/l em perímetro urbano e 11 km/l no percurso rodoviário.
No caso da aceleração de 0 a 100 km/h, a comparação pode ser feita apenas com a Oroch 1.6, já que a Toro não possui versão com câmbio manual. Sendo assim, a Montana deve realizar a tarefa em menos do que os 11,8 s declarados pela Renault.
Segundo a GM, a nova Montana traz uma central eletrônica que tem três vezes mais variáveis do que as rivais, ou seja, considerando torque, peso e aerodinâmica com a picape vazia ou carregada.
“Muitos têm curiosidade em saber o que mais impacta na performance e na dinâmica de uma picape: torque, peso ou aerodinâmica? O segredo está na harmonização das tecnologias, e o resultado final é o que importa para o consumidor”, declarou Silvio Mariano, engenheiro de desenvolvimento veicular da GM.
A picape contará com suspensão dianteira do tipo McPherson (como Toro e Oroch), mas com traseira por eixo de torção - bem diferente das arquiteturas independentes multilink que equipam suas concorrentes. O conjunto não tem tanta robustez, mas também tem um custo de produção menor.
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